Muitas vezes dentro de nós existem áreas escondidas que não deixamos Deus tocar. Queremos ocultar tudo aquilo é feio, que não cheira bem. Então, Deus como uma pessoa presente em nossa casa, nos diz:
- Quero ir naquele cômodo.
E nós dizemos:
- Senhor, fica na sala ou na cozinha…naquele cômodo não há nada de interessante para ver.. que tal um café?
Deus continua pacientemente:
- Já vi sua sala e sua cozinha, mas quero ir naquele quarto.
Passamos horas tentando convencer Deus de que está tudo bem, afinal a sala e a cozinha estão limpas, bonitas e arrumadas. E mais uma vez, Deus cheio de amor nos diz:
- Eu venho sempre na sua casa… que tal me deixar entrar naquele quarto e ficar com as chaves dele?
Deus não é como nós… Ele não é como o homem que vê a aparência. Se tem algo que Ele vê muito bem é o nosso coração.
Se quisermos apresentar a Deus uma adoracão verdadeira, é melhor deixarmos que Ele entre em todos os “quartos” do nosso coração, e que coloque tudo o que for estranho para fora, tudo o que não está de acordo com a vontade Dele para nossa vida.
Na Palavra de Deus, no livro de Levíticos (capítulos 9 e 10), vemos o início do ministério sacerdotal de Arão, irmão de Moisés, e seus filhos, separados e consagrados para trabalharem na casa do Senhor. Deus falou em detalhes o que eles tinham que fazer para a glória de Deus vir sobre eles (Levíticos 9.1-6). Isso nos ensina que se queremos que Deus nos use poderosamente, temos que fazer exatamente o que Ele nos ordena. Nem mais e nem menos. Arão tinha dois filhos que assim como ele, foram chamados para trabalhar no templo: Nadabe e Abiú. A Bíblia diz que eles acenderam incenso e trouxeram fogo profano perante o Senhor sem que tivessem sido autorizados. O profano é o contrário do que é santo, é tudo o que ofende a santidade de Deus e como resultado, eles morreram perante o Senhor. Certamente, havia algo escondido, uma motivação errada, algo que precisava ser removido por Deus no coração dos dois irmãos e a forma que Deus usou para mostrar o quanto isso é sério, foi com a morte deles.
Nadabe e Abiú representam talvez, muitos de nós que em algum momento não queremos ouvir Deus ou aguardar o tempo preciso para levar o sacrifício ao altar. Não queremos esperar o tempo certo de sermos levantados por Deus para levarmos o povo a adorar. Tentamos dar um jeito, acrescentar isto ou aquilo sem Deus nos direcionar, ansiamos fazer tudo do nosso jeito e como consequencia, morremos diante do Senhor. Talvez não uma morte física e sim espiritual. Não basta ter o talento se não houver separação.
Dá para imaginar o coração de Arão, como pai, perder dois filhos em um único dia. Nadabe e Abiú não eram pessoas ignorantes, eles conheciam a cultura e a lei porque foram criados nela e, portanto, sabiam que havia um Deus vivo em Israel. Depois que eles morreram, o próprio Deus falou a Arão dizendo que ele e seus filhos, que ficaram vivos, tinham que fazer separação do santo e profano, do puro e impuro. Deus conhecia o coração deles e sabia que algo precisava de conserto para o próprio bem deles, para que continuassem vivos cumprindo o propósito para o qual foram chamados.
Deus não quer ministros de sua casa que sejam marionetes do inimigo. Ele deseja que sejamos bênção para o povo e que entremos em Sua presença de mãos limpas e coração puro, apresentando não um fogo estranho, mas santo no altar.
:: Por Jaqueline Santos Sales
Igreja Cristo em mim Jaraguá
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